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4 MANGÁS QUE FOGEM DO TRADICIONAL "ROMANCE BL"

BL, Boys’ Love, Yaoi. Quais cenas vêm à sua cabeça ao ouvir essas palavras? Um casal sorridente caminhando de mãos entrelaçadas pela rua, ou painéis de sexo gay explícito? Provavelmente a segunda opção. Mas por que isso? Desde quando BL se tornou sinônimo de literatura erótica? Não estamos aqui para celebrar a pluralidade dos relacionamentos mlm?


Tradicionalmente, muitos dos mangás eram inclinados para um retrato fantasioso e pouco irreal do romance aquileano. Entretanto, à medida que a conscientização e a visibilidade sobre as questões LGBTQ+ se expande pelo Leste Asiático, as raízes da história do BL vêm se desdobrando cada vez mais em cima dessas pautas. Hoje, o Boys' Love mangá é um universo muitíssimo abrangente com uma gama diversificada de enredos, desde ficção científica até um slice of life com gostinho de algodão-doce.


Esta pequena lista de mangás BL inclui quatro obras que, embora curtas, merecem sua atenção! Esses mangás não são apenas emocionantes, mas também enredam temáticas elaboradas com propósito. Eles não são apenas para entretenimento banal, sem maiores expectativas, ou para caracterizar o sexo quente entre homens. Espero que você goste deles tanto quanto eu.


 

1. Nii-chan no Hanashi

(Antigo: Ani no Hanashi)

Kanji: 兄ちゃんの話

Tipo: Mangá

Volumes: ?

Status: Finalizado

Publicação: 30 Nov/13 a 28 Mar/14

Gênero: Boys Love

Serialização: ihr hertZ

Autor (a): Reiburn Ike

Ilustrador (a): Reiburn Ike


'Nii-chan no Hanashi' é um mangá excepcionalmente criativo e inteligente. A premissa de grande parte dos mangás BL baseia-se em duas figuras masculinas que lutam para amar um ao outro enquanto enfrentam dramas de relacionamento, mas, diferente das outras propostas, essa história segue a integração de um casal homoafetivo na sociedade e é contada da perspectiva de alguém de fora desse romance. Uma terceira personalidade que não nutre sentimentos românticos por nenhum dos protagonistas em questão, mas sim, que testemunha o amor desabrochar entre eles: o irmão mais novo.


A família de Fumitaka, o menino de tenra idade, é composta por uma mãe solo trabalhadora, a avó acamada por problemas de saúde e Takahiro, seu admirável irmão mais velho. Takahiro é o ídolo de Fumitaka, que o considera um "menino modelo" pelo seu ótimo desempenho escolar e por ser popular entre as garotas. Um dia, porém, os sentimentos de Fumi são testados quando o melhor amigo de seu irmão entra em sua vida e vira tudo de cabeça para baixo.


O garotinho perspicaz flagra seu irmão mais velho beijando o amigo e, num primeiro momento, sem saber como reagir, experimenta a rejeição por ele. A partir daí, abre-se caminho para o desenvolvimento da trama central: o relato de um jovem heterossexual sobre sua infância com seu irmão gay mais velho. Em nível subtextual, a história lida com uma série de temas comoventes como a saída do armário para os pais, casamento, rejeição e aceitação sócio-familiar... Tudo do ponto de vista inocente do irmão mais novo!


 

2. New York, New York

Kanji: ニューヨーク・ニューヨーク

Tipo: Mangá

Volumes: 4

Status: Finalizado

Publicação: 1995/1998

Gênero: Boys Love

Serialização: Hana to Yume

Autor (a): Marimo Ragawa

Ilustrador (a): Marimo Ragawa


Kain Walker é um policial de Nova York muito admirado por todos os colegas de trabalho. Com receio de decepcioná-los, Kain oculta sua sexualidade, se abstém de qualquer compromisso romântico e vagueia todas as noites pelos bares de Manhattan em busca de sexo casual... até o dia em que seu caminho se cruza com o de Mel, um jovem calmo e de passado sombrio. O encontro confunde a vida de ambos, colocando muitos segredos, sentimentos e desejos à prova.


Publicado em 1994, 'New York New York' é classificado como um dos primeiros títulos BL que retrataram o realismo social na abordagem da identidade gay. Este não é mais um daqueles mangás yaoi tipicamente utópicos, onde todas as figuras masculinas são homossexuais ou aliadas da comunidade LGBTQIA+, não é um universo onde a vítima cai de amores por seu agressor ou milagrosamente se recupera de um episódio traumático depois de ouvir um "eu te amo".


A série nos apresenta um relacionamento tumultuado que enfrenta uma variedade de eventos desafiadores, dentre eles, a epidemia de AIDS, traição, paternidade, o tratamento discriminatório, a luta para se assumir e os riscos do trabalho policial, tudo de maneira muito realista. E por falar em realismo, a natureza realista e melodramática é a força motriz deste mangá. Apesar de tantas dificuldades pelo caminho de Kain e Mel, Marimo Ragawa nos presenteia com um final perfeito que faz valer a pena cada lágrima derramada até chegar nele. É um bom título para pegar se você estiver disposto a ler algo mais “cru”.


 

3. Otona no Mondai

Kanji: 大人の問題

Tipo: Mangá

Volumes: 1

Status: Finalizado

Publicação: 1998

Gênero: Boys Love

Serialização: ?

Autor (a): Ichiko Ima

Ilustrador (a): Ichiko Ima


Naoto é um universitário estressado que faz o possível para conciliar as excentricidades da família com sua vida pessoal. Desde que seus pais se divorciaram há anos, ele mora com sua mãe, uma mulher de carreira e muito bem-humorada. O porquê de seu pai e sua mãe terem se separado? O pai de Naoto se revelou homossexual e ambos recorreram a um divórcio amigável. Naoto se resignou a ter uma família "inusitada", mas a notícia de que seu pai agora pretende se casar com um homem o perturba. Isso é apenas o começo da história maluca e hilária desta adorável família!


Um conselho rápido: não inicie esta leitura se você estiver em busca de uma história que gire em torno de um romance picante e voraz. O aspecto homossexual da história é apenas mais uma faceta das peculiaridades do núcleo familiar que o protagonista enfrenta. 'Otona no Mondai' não é um mangá BL sobre paixões ardentes e arrebatadoras, é uma história sentimental e muito, mas muito engraçada! Mesmo os diálogos mais corriqueiros podem proporcionar diversão e nos arrancar risadas calorosas.


Eu nunca encontrei um mangá parecido com este, Ichiko Ima consegue ser bastante realista no modo como os parentes foram retratados. Eles são críveis, sólidos, cativantes e têm falhas humanas, todos magistralmente articulados numa trama bem desenvolvida. A dinâmica familiar é impossivelmente engraçada e doce em toda a sua glória disfuncional, ao passo que parece tão normal, algo que não é difícil de encontrar nos dias de hoje. É uma história que não deve ser perdida!


 

4. Dousei Yankee Akamatsu Seven

Kanji: 同棲ヤンキー 赤松セブン

Título em Inglês: Bad Boys, Happy Home

Tipo: Mangá

Volumes: 3

Status: Finalizado

Publicação: 1 Abr/18 a 1 Dez/20

Gênero: Boys Love

Serialização: ?

Autor (a): SHOOWA

Ilustrador (a): Hiromasa Okujima


'Dousei Yankee Akamatsu Seven' nos apresenta o delinquente Aisuke Akamatsu, que briga diariamente com outro rapaz, Kanzaki Seven, em um playground do parque. A cortina se abre quando, eventualmente, descobrimos que Seven é um sem-teto que mora no playground. O tubo em que Seven dorme é removido. Akamatsu, ao perceber que Seven fica sem lugar para passar as noites, propõe: “por que você não vem pra minha casa?”


O traço tem um estilo mais grosseiro e masculinizado que difere dos demais mangás bishounen que estamos habituados porque, embora tenha sido roteirizado pela mangaká SHOOWA, foi desenhado pelas mãos de Okujima Hiromasa, um fudanshi assíduo que trabalhava como mangaká de obras shounen. Muito conveniente para uma comédia romântica de yankees que oscila entre momentos de seriedade, yakuza e muito amor!


A história não é centrada inteiramente no desenvolvimento romântico dos valentões, mas também nos problemas da vida real que são enfrentados por eles, incluindo como a família de Akamatsu lida com sua sexualidade. Ao contrário de outros casais de BL, o romance de Akamatsu e Seven não é suave, fofo ou bonitinho. Os dois são rudes, desagradáveis e hilariamente idiotas, e o melhor de tudo, a relação deles é construída de forma orgânica e muito saudável.

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